terça-feira, 31 de março de 2009

Barrichello, a mentalidade esportiva dos brasileiros e o futebol Colorado

O Rubinho volta à cena após algumas temporadas apagadas e, na primeira corrida, acontece o que sempre se viu desse piloto: ser o fiel escudeiro de alguém. Junto com seu companheiro da hora, Jason Button, o brasileirofaz história, assim como fizera na sua época de Ferrari.
Aqui no Brasil, no entanto, Rubinho é, de novo, motivo de piada (Ok.... eu também conto piada do Rubinho), pois o piloto teima em competir e teima em não vencer as corridas e os campeonatos que disputa.
Mas o que não se vê, ou o que não se quer ver, é que Rubinho é um piloto competente, apenas isso, nada mais, porém já o bastante. Tem uma função clara nas equipes em que participou e na que participa, qual seja, de ajudar na mecânica dos carros e nas corridas com estratégias para favorecer o companheiro, geralmente mais arrojado.
O enlace ao título desse texto se dá na maneira como ele é tratado aqui nessa terra e, como não dizer, incorporado pelo mesmo. Como um perdedor. Um looser porque não é o campeão mundial, desconsiderando-se a participação do brasileiro na maioria dos títulos de Schumacher e agora, de um feito histórico, ao completar uma dobradinha na primeira corrida de uma equipe.
É da mentalidade do brasileiro, de um modo geral, que suas personalidades (principalmente esportivas, mas observamos o mesmo no cinema, na música, na política, etc.) sejam destaques sempre, em todas as ocasiões, em todas as aparições.
É um pouco do velho complexo de Vira-Lata, dissecado por Nelson Rodrigues e tantos outros depois dele. O brasileiro quer ser sempre o melhor, o principal jogador do time e se esquece de que muitas vezes o melhor não é o mais importante, o que faz os gols, não é o que garante a vitória, como apregoa muito bem o Bernardinho.
Saindo dos elegantes circuitos de Fórmula 1 e aterrisando no nosso popular esporte bretão, mais especificamente, no nosso popularíssimo Sport Club Internacional, ouvimos essa mesma ladaínha quase que todo o santo dia.
Um dia é “os-melhores-têm-que-jogar”, outro dia é “têm-que-achar-lugar-pro-Andrezinho”, depois vem “Alecsandro-faz-uma-penca-de-gols-e-é-melhor-que-Nilmar”, para cinco gols depois se ouvir “Nilmar-é-melhor-que-Luis Fabiano”.
Entenda-se, de uma vez por todas que Andrezinho, Sandro, Bolívar e Alecsandro fazem o papel que Rubinho fez na Ferrari e agora faz na Brown. Se esses caras tiverem mais cabeça que o piloto, perceberão que é um papel muito importante, que não deve ser menosprezado, pois sem Rubinho para ajeitar o carro, Schumacher continuaria sendo bom, mas talvez menos campeão, assim como sem Andrezinho, D´Alessandro continuará sendo um craque, mas talvez sem uma faixa no peito e uma medalha no armário.

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