sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Diretoria Remunerada


Segundo notícias de hoje, o Internacional prepara um projeto para profissionalizar o clube e, por consequencia, remunerar toda a diretoria.

No plano ideal, trata-se de uma ótima notícia, pois democratizará o poder do clube, levando às instâncias decisórias pessoas mais qualificadas, que tratarão os cargos como empregos e não como hobbys ou projetos políticos.

No plano ideal, repito, essa medida seria uma grande evolução para o clube. O presidente faria expediente, com horário para chegar e sem horário para sair, como acontece com qualquer dirigente de empresa de médio-grande porte, tamanho atual de um virtual Inter-profissional.

Também receberia um salário correspondente ao cargo similar no mercado. O justo, até para atrair pessoas competentes e com formação adequada. Como em qualquer sistema de mercado, a remuneração precisa estar de acordo com o tamanho do cargo.

O presidente, ou CEO (Chief Executive Officer), se reportaria ao conselho de administração (no caso do Inter, ao Conselho Administrativo), e teria metas a cumprir, como aumentar o faturamento, o número de sócios, conquistar títulos, manter-se sempre entre os primeiros colocados, etc.

Em dois ou três anos, não cumpridas as metas, os sócios escolheriam outro grupo ou manteriam o mesmo, caso entendessem que, apesar de não atingir os resultados esperados, este fez um bom trabalho e merece continuidade.

Assim como poderiam trocar o comando mesmo com o atingimento das metas.

Muitos comentários já surgiram, sugerindo que tal medida tenha um cunho interesseiro por parte do grupo de Fernando Carvalho a fim de "abocanhar" parte do faturamento do clube, que cresceu muito nesses últimos anos.

Porém, caberá ao quadro social escolher quem estará no comando do Internacional no momento em que, de fato, for profissionalizado o clube. E se uma equipe de gestores conseguir elevar as receitas do clube e ainda alcançar títulos expressivos, como fez a atual diretoria, nada mais justo que recebam por isso, pois trabalharam para o clube e o fizeram crescer financeira e institucionalmente.

Quanto mais poderiam ter feito se a dedicação fosse exclusiva ao Inter ?

É claro que trata-se de uma grande mudança, que abrange não somente o estatuto do clube, mas a cultura de todos os envolvidos com o futebol, como torcedores, jogadores, técnicos, dirigentes e a imprensa.

Para dar certo, será necessário que as regras estejam muito bem claras. Melhor seria se essa iniciativa se desse no contexto de todo o futebol brasileiro e que se criasse um órgão fiscalizador, tal qual o papel da CVM no mercado de capitais, defendendo o interesse dos sócios-torcedores.

Cabe a quem está de fora torcer não apenas pelo time, mas para que esse movimento seja feito adequadamente.

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