quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O Gauchão ainda tem cabimento ?


Começa hoje o Gauchão para o verdadeiro time do Inter. Primeira partida oficial de Jorge Fossati.

Já é possível sentir entre os torcedores colorados uma grande expectativa para esse jogo contra nossos novos fregueses de Caxias do Sul.

É claro que a partida é válida para se ter um primeiro esboço do time que erguerá a Taça Libertadores daqui há uns seis meses e meio, mais ou menos.

Mas será que os Estaduais ainda têm cabimento ?

No mundo globalizado e conectado como o que vivemos atualmente, e tendo a dupla Gre-Nal, desde a década de 1970, conquistado muitos títulos em âmbito nacional e internacional, as exigências para os dois grandes clubes do Rio Grande do Sul não se restringem mais apenas ao campeonato estadual.

Por outro lado, muitos defensores do Gauchão argumentam que a tradição deve ser mantida, que os clubes do interior precisam da presença da dupla Gre-Nal nos meses do Regional para sobreviverem, que o Campeonato Estadual pode servir de consolo em épocas de "vacas magras".

Quanto à tradição, é plausível que se mantenha um Campeonato Gaúcho, mas não tem cabimento que esta competição tenha mais que dez equipes, não tem cabimento que dure mais de um mês, não tem cabimento que haja um Clássico Gre-Nal com apenas quatro jogos oficiais disputados no ano e que esse jogo não valha nada, é inconcebível que o Campeonato Estadual sirva de parâmetro. Que se utilize os jogos do Gauchão para fechar conceito sobre time, técnico e jogadores.

O Campeonato Estadual teria cabimento se reunisse apenas os clubes com ambição de título ou que pudessem, de fato, incomodar a dupla Gre-Nal. Entrariam nessa lista os dois clubes de Caxias do Sul, o Brasil de Pelotas e mais duas ou três equipes que estivessem próximas do nível destes.

Da mesma forma, os clubes, a imprensa e os torcedores em geral, teriam que mudar a forma de enxergar essa competição, que serviria não pelo título (que é sempre bom ganhar, obviamente), mas sim, para ajustar as equipes visando as competições mais duras que viriam pela frente, como Libertadores, Copa do Brasil, Séries A, B e C.

A diminuição da importância do Campeonato Gaúcho e sua consequente redução no calendário, talvez até possibilitaria aos clubes presentes na Libertadores a disputa da Copa do Brasil, consertando “de lambuja”, uma outra incoerência do calendário.

Mas, ano após ano, aumentam as vozes dos descontentes com o atual formato do futebol brasileiro e, a continuar nesse ritmo, não tardará para que, de fato ocorram mudanças no sentido de melhorá-lo.

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