terça-feira, 1 de junho de 2010

Sobre técnicos e profissionalismo


Após a queda de Jorge Fossati, o Rio Grande do Sul todo está em polvorosa com a possibilidade de que Felipão realmente treine o Internacional.



Como bastante propagado na mídia, os gremistas estão com medo, pois a chegada de Big Phil ao Inter poderia quebrar o encanto em torno de sua imagem entre os tricolores, algo que já deveria ter acontecido quando o mesmo treinador foi trabalhar no Palmeiras, do esquema Parmalat, que ele próprio gostava de alardear na época.



Já os colorados estão divididos entre os esperançosos de que o treinador do Penta possa reconduzir esse grupo de jogadores ao título da Libertadores e do Mundial de Clubes e aqueles que não acreditam que um profissional de tamanha identificação com o rival, consiga superar esse imensa barreira.



Quanto às qualidades de Luiz Felipe Scolari não há dúvidas, pois é um treinador com um currículo extenso. Porém, o seu atual momento pessoal e profissional podem ser colocados em questão.



Será esse técnico, o mesmo de oito, dez anos atrás ? Seus últimos trabalhos indicam que não. É possível até mesmo comparar sua temporada no Chelsea com a que Fossati prestou aqui no Inter.



Já no que se refere ao suposto gremismo do treinador, este deveria ser um assunto superado nos dias de hoje. Depois de tantos técnicos e jogadores terem defendido os dois lados, depois que o futebol se transformou em um grande negócio e o amadorismo se retirou completamente de cena, não há mais motivo para insinuações. Esse jogo fica por conta de sócios, torcedores, conselheiros e (por enquanto) dirigentes.



Senão vejamos. Dentre os principais jogadores do Internacional, Tinga e Bolívar iniciaram suas carreiras no rival. O primeiro teve êxito na Azenha e depois veio ter sucesso no Beira-Rio também. Já o segundo saiu cedo do Olímpico e construiu sua carreira no Inter, mas tem em seu pai, um histórico familiar gremista.



Dentre os treinadores de história no Rio Grande do Sul, pode-se dizer que quase todos fizeram parte da vida dos dois clubes. Ênio Andradade, Rubens Minelli, Cláudio Duarte, Espinosa, Celso Roth, Tite. Todos estes treinaram Grêmio e Inter. Oswaldo Rolla, símbolo do futebol do Grêmio treinou o colorado.



Apenas Telê Santana, Abel Braga e Felipão foram campeões em um dos clubes e não voltaram para treinar o outro.



Somente as citações acima já serviriam para encerram a discussão, mas vamos além.



Dos treinadores atualmente no mercado, os mais relevantes tiveram presença ou no Grêmio, ou no Inter, ou nos dois.



Jogador de história no Grêmio, Cuca, também jogou no Internacional, apesar de com menor brilho.



Treinador no Grêmio, Mano Menezes foi treinador dos júniores do colorado.



Adilson Batista, ganhou vários títulos pelo Grêmio, mas três ou quatro anos antes, teve uma passagem regular pelo Internacional, quando foi treinado por Paulo Roberto Falcão.



Fosse melhor o momento institucional do Inter, o atual treinador do Cruzeiro certamente teria feito uma carreira mais identificada no Beira-Rio, mas aquela era a época do Grêmio e foi lá que ele se firmou.



Foi naquele momento inclusive, que Adilson Batista deu os primeiros passos em sua formação de técnico de futebol, servindo inclusive como uma espécie de auxiliar de Luiz Felipe e sendo até hoje referenciado como um discípulo de Felipão.



Enquanto o mestre já rodou o mundo, conquistou vários títulos por diversos clubes e busca o desafio de obter sucesso no velho mundo, o aprendiz quase conquistou a América, mas ainda não conseguiu, é um técnico emergente, em busca de afirmação, embora já conte com respeitável experiência, sem contar que mais barato.



Não seria ele o nome mais próximo do ideal para o Inter ?

Nenhum comentário:

Postar um comentário