quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Especial Gre-nal II - Uma versão brasileira da Old Firm



A old firm, o clássico escocês entre Celtic e Rangers, é o maior do mundo, sem dúvida, pois extrapola as questões futebolísticas para temas mais sérios como nacionalismo e sectarismo.

Porém, tamanha rivalidade soa bastante superficial quando se analisa que um não vive sem o outro. Celtic e Rangers dependem um do outro como Grêmio e Inter.

Por estarem localizados na periferia econômica das suas regiões (Glasgow-Londres-Liverpool-Manchester/ Porto Alegre-São Paulo-Rio de Janeiro), somente semeando o ódio mútuo é que torna-se viável sua sobrevivência, daí o nome old firm, ou velha firma, como se de tão diferentes, os rivais fossem na verdade, uma coisa só.

Quando se vê que Grêmio e Inter dividem praticamente tudo (patrocinadores, pontos das lojas, parcerias, franquias) e que, em sentido contrário, a rivalidade dos dois clubes só faz aumentar, com um pouco de boa vontade, é possível denominar o confronto gaúcho como a old firm brasileira ou abrasileirada.

É claro que os significados nacionalistas (embora aqui possa se ver um duelo entre Brasil e Argentina no Gre-nal), religiosos, políticos que envolvem o duelo Celtic x Rangers, assim como a violência implícita contida no clássico escocês superam, ao largo, os motivos de Grêmio e Inter, o que reforça o tom de brasilidade do Gre-nal, como os carros importados do início da década de 1990 que eram "tropicalizados" para se adaptarem à realidade brasileira, ou como Beto Carneiro, o vampiro brasileiro, idealizado por Chico Anysio, que tinha medo de assombração.

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