terça-feira, 9 de junho de 2009

A nossa principal força é também nossa maior fraqueza


A rivalidade Gre-nal é o principal impulso para o crescimento dos dois clubes desde 1909, quando essa história começou. Acredito que não haja muitas discussões a esse respeito.
Quando comparado a outros grandes clássicos regionais como Atlético-MG x Cruzeiro, Bahia x Vitória, Palmeiras x Corinthians e Flamengo x Vasco da Gama, nota-se que o Gre-nal é o de maior rivalidade.
A conquista de um dos clubes é um marco para que o outro se re-invente e busque igualar a conquista ou ganhar outros títulos. Esse círculo virtuoso faz da capital gaúcha a cidade mais vitoriosa do futebol brasileiro se considerarmos a quantidade de títulos conquistados pela dupla Gre-nal em relação ao PIB de Porto Alegre, dado que São Paulo, Rio de Janeiro e até mesmo Belo Horizonte possuem um Produto Interno Bruto muito superior ao de nossa cidade.
Mas o calcanhar de Aquiles dos nossos clubes talvez seja justamente essa rivalidade. Em Estados como Minas Gerais e Bahia, que possuem a mesma relação de dualidade clubística, seus clubes não apresentam tanta dificuldade em contratar diferentes empresas para patrociná-los. Não há nesses Estados o receio das empresas de que os torcedores de um clube deixem de consumir a marca exposta na camiseta de seus rivais, coisa que acontece aqui.
No final das contas, uma marca que queira expor-se no uniforme de Grêmio ou Internacional, acaba decidindo pelos dois ou por nenhum. Caso decida por investir nos dois clubes, a verba será dividida entre eles e não somada, como parece que acontecerá em uma provável renovação com o Banrisul.
Com isso, clubes como Botafogo, Atlético-MG e Santos, muitas vezes conseguem negociar contratos de patrocínio mais lucrativos que Grêmio e Internacional, mesmo que a dupla gaúcha apresente melhor visbilidade do que esses clubes.
Portanto, a rivalidade clubística exacerbada somente prejudica os dois maiores clubes gaúchos, enquanto que a inimizade ponderada faz-nos crescer. Nunca deixei de usar uma roupa azul por ser colorado, nem deixei de comprar tintas Renner por esta marca patrocinar o rival na década de 1990.
Espero que o povo gaúcho possa se libertar desse dualismo radical que tanto prejudica nossa política, nossa economia e nosso futebol.

Um comentário:

  1. Isso é fruto da nossa (gaúcha) mentalidade provinciana e um pouco de radicalismo histórico que está embrenhado na nossa cultura, isto é, ou se é 'ximango ou maragato'.

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