terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Memória Seletiva


O grande capitão sem taça do Grêmio, Tcheco, foi muito esperto ao tentar vincular o jogo do Grêmio com o Flamengo à derrota colorada frente ao São Paulo, no ano passado.


Fazendo isso, comparou maça com banana e disse que é tudo a mesma coisa.


Acontece que, a única semelhança entre os dois casos é a ruindade dos dois times em questão: o Inter de 2008 e o Grêmio de 2009. Pois, assim como os tricolores nesse ano, nós colorados não vencíamos sequer o Ipatinga longe de Porto Alegre e não seria contra o poderoso São Paulo que conseguiríamos algo diferente.


Vale lembrar, no entanto, que na época em que aconteceu o jogo do Morumbi, o Inter estava vivíssimo na Copa Sul-Americana e, por motivos óbvios, poupou alguns titulares para um jogo decisivo com o Boca Juniors, argumento que o Grêmio atual não possuí.


Por isso que a memória coletiva dos gremistas, assumidos e disfarçados, faz questão de omitir o caso de 1996, quando o Grêmio entregou o último jogo da fase de classificação para o Goiás, o que, combinado com a derrota do Inter para o Bragantino, resultou na precoce eliminação do colorado daquela edição do Campeonato Brasileiro.


E justamente naquela edição, o Grêmio sagrou-se campeão, vencendo inclusive esse mesmo Goiás, duas vezes, nas semi-finais.


Aquela derrota deliberada dos gremistas ficou ainda mais evidente quando o famoso aviãozinho sobrevoou Porto Alegre logo após os jogos com a frase: "Eles estão fora !".


Portanto, é o Grêmio que se especializou em entregar jogos visando exclusivamente prejudicar seu mais tradicional adversário e não o contrário.


Mas um clube só pode prejudicar um outro clube, se este último não se ajudar. A memória seletiva colorada não deve omitir que esse ano, o Inter perdeu 7 pontos no Beira-Rio para Botafogo, Atlético-PR e Vitória.


De maneira análoga, o Grêmio de 2008 tinha 11 pontos de vantagem sobre o São Paulo ao final da primeira rodada do segundo turno. Ora, o jogo do Inter contra o tricolores paulistas valeu os mesmos 3 pontos de todos os outros jogos e não 11.


Por fim, o Inter treinado por Figueroa em 1996, não deve nunca queixar-se da derrota sem-vergonha do Grêmio quando o próprio Inter perdeu para um Bragantino rebaixado, desmontado e desmotivado.

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