quarta-feira, 17 de março de 2010

Os motivos de Fossati


Já virou campanha os clamores por mudança de esquema tático no time do Internacional. Ninguém mais quer ouvir falar em três zagueiros.

Engraçado que em 2009, uma das críticas mais ferrenhas contra Tite era, justamente, a insistência na linha de quatro defensores. Vai entender.....

Mas esquema bom é o que vence, é o que torna o time competitivo. Equilibrado, como gostam de dizer os técnicos.

E até agora, o esquema de três zagueiros de Fossati não tem empolgado nem a torcida nem a imprensa. Porém, talvez não esteja na defesa o motivo para tantos muxoxos.

Tentando entrar na cabeça do treinador colorado, o Uruguaio deve pensar mais ou menos da seguinte maneira:

O esquema 4-4-2, utiliza quatro zagueiros, que no caso do Inter seriam Nei, Bolívar, Índio e Kléber.

Porém, como se sabe, o lateral esquerdo Kléber não tem predicados defensivos. Costuma destacar-se por sua qualidade de passe no meio de campo.

O próprio lateral-direito Nei também não pode ser considerado um grande defensor. Tem características de ala, bem aberto e agudo.

Por esses motivos, os quatro zagueiros do esquema 4-4-2 apresentariam resultado defensivo insuficiente.

Somado a isso, as características dos atuais volantes colorados, Sandro e Guiñazu, que gostam de atacar e não se prendem apenas a funções defensivas, pode-se concluir que o sistema defensivo do Inter no 4-4-2 ficaria muito fragilizado.

Os maiores defensores do 4-4-2 costumam dizer que o 3-5-2 fragiliza o meio de campo, pois tal esquema mantém apenas três jogadores no miolo do campo. É preciso respeitar essa idéia, mas ponderar que no caso colorado, Kléber tem características de meio-campista, como já foi dito.

Meio campista mesmo. Não um ala como Nei, nem um zagueiro como Juan. Um meia, como o ex-jogador da Seleção Brasileira Zé Roberto, que atualmente joga no Hamburg.

Portanto, o esquema que Fossati pretende colocar em prática no Inter, possuí três zagueiros para dar mais liberdade a Sandro, Guiñazu e Kléber, aumentando a dinâmica do time.

O problema é que não está dando certo. Principalmente porque as lesões de D´Alessandro, Marquinhos, Fabiano Eller, Índio e mais recentemente, Bolívar, somadas às más fases de Taison e Edú e a indisciplina de Walter, causaram um retardamento na fixação do sistema de jogo e consequente definição da escalação básica do time.

Mas a pressão pelo 4-4-2 pode fazer o Inter entrar em campo com esse esquema já contra o Cerro. Talvez com uma linha formada por Bruno Silva (Lateral típico), Índio, Sorondo e Juan (Lateral-Zagueiro) ou Eller.

Um meio-campo composto por Sandro, Guiñazú, Giuliano, D´Alessandro e Kléber.

E um ataque contando apenas com Alecsandro.

Nesse caso, Giuliano e D´Alessandro teriam que se aproximar de Alecsandro, para não deixá-lo tão isolado. Seriam esses jogadores capazes de exercer essa função ?

Essa pode ser a dúvida na cabeça de Fossati.

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