quarta-feira, 31 de março de 2010

A questão dos salários


Sempre se falou dos salários, ou da folha salarial dos times de futebol. Pelo menos desde a era moderna do esporte, a partir de 1970, essa é uma questão sempre presente e crescente nos programas esportivos de rádio e televisão, e agora, da Internet.



Inclusive, é muito comum a comparação de salários entre os times. Para o jogo desta noite, por exemplo, se estabeleceu um debate sobre a diferença, o verdadeiro abismo, entre os gastos do Internacional quando contrastados aos do Cerro, gerando uma falsa obrigação de vitória do Internacional tanto no jogo de Riveira, como no de hoje

A obrigação se dá pelo tamanho dos clubes e a qualidade teórica dos times, mas não pela diferença salarial, que é apenas consequência desses dois fatores.


Mas voltando aos salários, esse enfoque é um tremendo absurdo, pois dá tratamento igual a grandezas diferentes, senão vejamos:


1) Para um clube pequeno é sempre mais barato montar um time, seja este time bom ou ruim. Se o Internacional contratasse todos os jogadores do Cerro, ainda assim sairia muito mais caro do que cuta para o clube Uruguaio.



2) Jogar em um time pequeno é bem diferente do que jogar em um time grande. É mais fácil um time pequeno pagar o que pode para seus profissionais e encarar de igual um clube mais rico do que esse clube abastado manter o departamento de futebol ao custo de um clube pequeno e não brigar contra o rebaixamento. Isso é fato.



3) O Cerro mora no Uruguai. O Internacional no Brasil. A diferença de importância entre os dois países no cenário futebolístico e até mesmo geo-político falam por si. A mesma comparação pode ser feita entre o Inter e o Arsenal, sendo que o segundo, por estar na Inglaterra, gasta bem mais que o colorado para manter seus jogadores. Alguém dúvida que o pobre Inter não encararia de igual para igual esse grande clube inglês ?



É comum que a opinião pública enfoque nos gordos salários pagos no futebol. Mas geralmente utilizam esses argumentos para gerar cobranças indevidas e pior, com falsas informações, geram consequências discutíveis.



Um claro exemplo é Walter. Quando estava sumido, dizia-se que o atacante recebia mais de vinte mil por mês, gerando interpretações relacionadas a um mau gerenciamento do seu erário.



Hoje, se diz que ele ganha menos de dez mil reais. É a metade do que se dizia antes !!!! É um gigantesco erro de informação, antes ou agora, não se sabe. Em alguns lugares esse tipo de coisa se chama chute.



Esse é o papel da Opinião Pública ? Dar chute sobre os salários das pessoas ?

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